Parto natural: relatos de quem optou por ter um filho em casa ! Leia relatos emocionantes de mães que optaram por ter seus bebês sem intervenção
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Além de seguir cuidados especiais durante o pré-natal, muitas mães estão buscando transformar o parto em um momento especial. Por isso, o parto natural é uma tendência que está conquistando as mulheres que querem ter os filhos sem a intervenção médica, ou seja, sem indução.
Juliana Mathoso com o marido Luiz Felipe Abreu e os filhos. Três procedimentos de parto diferentes tornaram-na uma mãe experiente. Foto: Arquivo pessoal
Nos procedimentos comuns em hospitais a mãe geralmente recebe anestesia e um corte chamado episiotomia, realizado para ampliar o canal de parto. Isso facilita a saída do bebê, tornando a ação mais rápida e menos dolorosa para a mãe.
Já no parto natural, a ideia é humanizar o momento, pois a mãe recebe atenção especial durante todo o tempo em que está dando a luz e é incentivada a relaxar e aproveitar a chegada do bebê sem pressa. O procedimento pode ser realizado com o auxílio de um médico ou enfermeiros obstetras. A presença de uma doula, pessoa que auxilia no relaxamento físico e mental da mulher, também é importante para confortar a mãe durante todo o trabalho de parto.
Parto na banheira
Paula Melech e Daniel Caron optaram por receber Olivia em casa. Foto: Lucas Pontes
Quando descobriu que estava grávida a jornalista Paula Melech buscou assistência do Grupo Luar, formado por enfermeiros especializados em obstetrícia que trabalham auxiliando mulheres no procedimento de parto natural domiciliar em Curitiba (PR). “Eu sabia que com o procedimento natural domiciliar eu seria a protagonista do meu parto”, afirma.
Paula e o parceiro, Daniel Caron, participaram de diversas oficinas, receberam instruções sobre como seria quando ela entrasse em trabalho de parto e tiveram auxílio em consultas realizadas na residência na qual esperariam por Olivia. “No dia do parto Daniel montou uma banheira com água morna, os enfermeiros mediram meus batimentos e os de Olivia, criaram um ambiente agradável, apagaram as luzes, acenderam algumas velas e ajudaram com massagens corporais”, lembra Paula.
Olivia brinca em um balde de água. Seu parto em casa foi natural, realizado dentro de uma piscina inflável. Foto: Daniel Caron
A equipe chegou à casa de Paula às duas da manhã e saíu às oito, quando Olivia já estava no colo dos pais, pesando 3,450 kg. “Eu senti uma dor que é diferente, difícil de explicar. Estar na água e receber as massagens ajuda muito. Foi com certeza a melhor escolha que poderia ter feito, tive tranquilidade para receber minha filha e não sofri qualquer intervenção forçada”, conclui.
Nossa casa, nossa fortaleza
Camila Striker Trigueiros, servidora pública estadual, também optou pelo parto natural em casa, com o auxílio do Grupo Luar. “Eu sonhei que estava entrando em trabalho de parto, acordei e percebi que estava acontecendo”, lembra ela sobre quando o tampão da bolsa estourou.
Camila Striker Trigueiros e Mauro Schirmer decidiram esperar por Arthur em casa. Ele nasceu com 3,869 kg e 52 cm.
Era sua 38ª semana de gravidez e ela e o marido, Mauro Schirmer, já haviam se informado e estavam preparados para o procedimento. Quando as contrações começaram a aumentar o casal ligou para a doula e para o Grupo Luar, para acompanharem o parto. “Eu fiquei de cócoras e colocaram um espelho para que eu pudesse ver o Arthur nascendo. Foi inacreditável quando colocaram ele no meu braço.”
Camila afirma que a oportunidade de realizar o parto natural em casa estabeleceu uma união ainda mais forte na família. “A nossa casa é a nossa fortaleza, então qual o melhor lugar para ter um filho que não seja este? Depois desta experiência ficamos ainda mais unidos.”
Procedimento seguro
A primeira preocupação do Grupo Luar é confirmar através de exames médicos se mãe e criança estão em condições de ter um parto natural sem riscos. “O nosso trabalho começa quando as mães estão na 32ª semana de gestação. Primeiro fazemos um encontro do grupo e, depois, visitamos a casa da pessoa e programamos a equipe para a data que ela entrará em trabalho de parto”, explica uma das fundadoras, Aline Adriana Calça, professora do curso de especialização de Enfermagem Obstétrica da PUC-PR.
Grupo Luar realizada encontros com o objetivo de instruir mulheres que pretender ter parto natural domiciliar. Foto: Divulgação
Após trabalhar com assistencia pré-natal e pós parto, a professora revela que a experiência de auxiliar o parto natural na casa das pessoas é muito gratificante. “A nossa missão é proporcionar assistência às grávidas com respeito à particularidade de cada mulher. Cada parto que eu assisto é um renascimento de vida para o nosso trabalho”, revela.
Parto natural hospitalar
A operadora de negócios, Juliana Mathoso, sempre sonhou com um procedimento natural. Quando engravidou pela primeira vez, em 2009, buscou informações para se preparar para receber o primeiro filho, Daniel, por meio de um procedimento humanizado. Infelizmente ela não teve sucesso por meio do Sistema Único de Saúde – SUS. “Foi tudo muito rápido, não consegui aproveitar o momento e não consegui sentir nada com a anestesia”, lembra.
Juliana e o pequeno Daniel, que nasceu no procedimento normal do Sistema Único de Saúde - SUS. Foto: Arquivo pessoal
Em sua segunda gravidez Juliana estava morando em Londres e teve a oportunidade de fazer todo o pré-natal e o parto no sistema de saúde oferecido pela Inglaterra. Em um parto humanizado, ela deu a luz à Catarina. “Foi tudo muito calmo, não existe aquela pressa para a criança nascer. Todo o procedimento é feito em uma sala de parto, podemos colocar música e as mães são tranquilizadas e convidadas a apreitar o momento”, lembra a operadora de negócios.
Juliana com Catarina, que nasceu em um parto humanizado no sistema de saúde da Inglaterra. Foto: Arquivo pessoal
De volta ao Brasil, Juliana descobriu a terceira gravidez em 2012. “Tive a oportunidade de encontrar um médico que concordou com o parto natural e me auxiliou no processo para o procedimento por meio do parto natural hospitalar.”
Ela conta que no dia do parto – realizado no hospital – escolheu a posição que lhe agradava mais, ficando de joelhos na maca e apoiando as mãos no marido e cunhada. “Foram cinco minutos de dor intensa, mas comigo controlando a velocidade foi muito tranquilo”.
Gloria nasceu pesando 3,655 kg e com 55 cm de comprimento. Foto: Karine Kuromiya
Segundo ela, o médico assistiu todo o procedimento, verificou se a criança estava respirando normalmente, e deixou o pai ser o primeiro a segurar Gloria, ainda ligada no cordão umbilical. “Foi uma sensação indescritível e foi muito importante o respeito do médico por aquele momento, foi essencial.”
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