Proteja-se e combata a infecção urinária !! Conheça causas, sintomas e tratamentos dessa doença
O que é infecção urinária? Como ela se manifesta?
A infecção urinária (IU) é a presença de micro-organismos em alguma parte do trato urinário, provocando infecção, dor ou mesmo sangramento.
Quando a infecção ocorre na bexiga, é chamada de cistite; quando surge no rim, chama-se pielonefrite; na próstata, prostatite; e na uretra, uretrite.
Os sintomas variam de acordo com o local comprometido e a intensidade da infecção. Quando a infecção ocorre na bexiga ou na uretra ela provoca dor no baixo ventre e uma vontade enorme de urinar a toda hora. A urina sai aos poucos, e queimando, e a pessoa sente necessidade de continuar urinando, mesmo que não saia mais nada.
Quando é no ureter ou no rim, a dor é mais alta, na região lombar, e em forma de cólica. Pode ser tão intensa que a pessoa precisa ir para o hospital para tomar medicação para dilatar o ureter. Muitas vezes a urina pode vir acompanhada de sangramento, e em alguns casos pode estar associada ao cálculo renal. Nos casos mais graves pode evoluir para infecção generalizada e mais raramente pode causar choque séptico e provocar a morte, em pessoas debilitadas.
Quais são os sintomas da infecção urinária?
- dor no baixo ventre ou na região lombar;
- queimação, ardência ou ardor;
- dificuldade para esvaziar a bexiga;
- urgência miccional (vontade urgente de urinar);
- aumento do número de vezes que vai urinar;
- saída de pequena quantidade de urina, sem alívio;
-urina com mau cheiro, cor opaca, ou com sangue
Quando o rim é atingido, o paciente apresenta, além dos sintomas anteriores, calafrios, febre e dor lombar, podendo, algumas vezes, ocorrer cólicas abdominais, náuseas e vômitos.
Porque ocorre a infecção urinária?
Geralmente a infecção urinária é causada por bactérias, mas também podem ser provocada por vírus, fungos e outros micro-organismos. A maioria das infecções urinárias ocorre pela contaminação da bexiga ou uretra por alguma bactéria do intestino no trato urinário. Em 80 a 95 % dos casos a responsável pela infecção urinária é a bactéria Escherichia coli.
O acesso dos micro-organismos ao trato urinário se dá por via ascendente, ou seja, pela uretra, podendo se instalar na própria uretra e próstata, avançando para a bexiga e, com mais dificuldade, para o rim. Mais raramente a infecção pode ser causada por outras doenças generalizadas.
A infecção urinária pode ocorrer tanto no homem como na mulher, e muitas vezes ela ocorre algumas horas após a relação sexual, pois o atrito do pênis com a vagina pode provocar pequenos cortes, tanto na vagina como no pênis, e consequentemente provocar a entrada da bactéria no organismo.
Existem, entretanto, algumas situações onde a infecção ocorre com maior frequência, que são:
- durante a “lua de mel”, ou quando a mulher tem várias relações no mesmo dia;
-após o coito anal, onde o pênis carrega para a vagina as bactérias intestinais, provocando a infecção tanto nele, como na mulher;
- após a menopausa, quando o tecido da vagina fica mais frágil, atrófico e mais sensível para sofrer traumatismos;
- quando a relação ocorre sem muita lubrificação, ou quando a relação é forçada.
As infecções urinárias, também são mais frequentes se a pessoa tiver:
-obstrução urinária: próstata aumentada, estenose de uretra, defeitos congênitos e outros;
-corpos estranhos: sondas, cálculos (pedras nos rins), introdução de objetos na uretra (crianças);
- doenças neurológicas: traumatismo de coluna, bexiga neurogênica do diabetes;
- fístulas genito-urinárias e do trato digestivo, colostomizados e constipados;
- doenças sexualmente transmissíveis e infecções ginecológicas.
Existe alguma idade em que a infecção urinária é mais comum?
A infecção urinária pode ser mais comum no inicio da vida sexual, quando a mulher tem várias relações no mesmo dia (cistite da lua de mel), ou na idade mais avançada, quando o aparelho urinário sobre alterações anatômicas (na mulher após a menopausa) ou sofre obstrução ( no homem, devido ao aumento da próstata).
O que é síndrome uretral? Por que ela ocorre geralmente após a menopausa?
Embora a infecção urinária possa ocorrer em qualquer época da vida, existe uma síndrome, denominada de síndrome uretral, que ocorre geralmente após a menopausa, e caracteriza-se por ardor, queimação e vontade de ir várias vezes urinar, mas a urina sai em pequena quantidade, sem alívio, ou queimando. Esta síndrome é muito frequente após a menopausa, quando tanto a mucosa vaginal, como a mucosa da bexiga, tornam-se mais atróficas, e mais sensíveis à infecção ou inflamação, e geralmente os sintomas ficam mais intensos após a relação sexual. Em muitos casos o exame de urina pode dar negativo.
Como é feito o diagnóstico da infecção urinária (IU)?
A presença dos sinais e sintomas de IU obriga o médico a solicitar um exame comum de urina (urina tipo I) e uma urocultura. Para isso, é muito importante que a coleta de uma amostra de urina seja feita sem contaminação. A contaminação, geralmente, é de micro-organismos da uretra, da região perianal e algumas vezes da tosse ou das mãos que manuseiam os frascos esterilizados.
O exame de urina pode apresentar bactérias, com aumento do numero de leucócitos (glóbulos brancos), com ou sem aumento do número de eritrócitos (glóbulos vermelhos).
A cultura de urina mostra um crescimento de bactérias superior a 100.000 germes por mililitro de urina. Esta quantidade de bactérias permite o diagnóstico de IU em mais de 95% dos casos, desde que não tenha havido contaminação. Algumas vezes, em certas situações, um número menor de bactérias também pode significar IU.
Embora a urina seja estéril e não deva ter bactérias, algumas vezes o crescimento ocorre devido a contaminação durante a coleta da urina. Nos casos mais complicados, pode ser necessário solicitar outros exames, tias como a urografia excretora, a cistoscopia, ou mesmo a ressonância magnética.
Tratamento
O tratamento da ITU é feito com antibióticos, escolhidos de preferência após os resultados da cultura de urina. É muito importante colher a urina antes de começar a tomar o antibiótico, pois caso a bactéria seja resistente àquele tipo de antibiótico, a amostra da urina colhida poderá revelar não só a bactéria que causou a infecção, como ainda o antibiótico ao qual ela é sensível, ou seja, o remédio mais eficaz para matar a bactéria.
Infelizmente hoje em dia, as bactérias que mais frequentemente causam a infecção urinária, estão se tornando resistentes a grande maioria dos antibióticos. Por isto é muito importante colher a urina antes de iniciar o tratamento. Após o inicio do tratamento o exame da cultura de urina, fica negativo, e perde-se a chance de saber qual é o agente causal.
Excetuando-se os casos de infecção dos rins, quando os antibióticos são dados geralmente por via endovenosa, os outros casos podem ser tratados com medicamentos por via oral. A duração do tratamento depende do tipo de infecção urinária e do antibiótico escolhido, podendo durar 3, 7, 10 ou 14 dias. É importante que se faça o tratamento durante todo o período prescrito pelo médico, para evitar a recorrência do quadro.
É comum ter infecção urinária de repetição?
É muito frequente, principalmente se tiver um fator impedindo a saída da urina (tumor, ou calculo ou malformação do trato urinário) ou após a relação sexual sem a devida lubrificação. Em pessoas que apresentam IU de repetição (3 ou mais episódios em 12 meses), pode-se indicar o uso de antibiótico profilático. Isso significa que a pessoa vai tomar antibiótico diariamente, com o objetivo de evitar o desenvolvimento da infecção.
Pode haver infecção urinária sem sintomas?
Pode, embora seja raro. A bacteriúria assintomática, isto é, a presença de bactérias na urina na ausência de ITU instalada, geralmente não necessita tratamento. É mais frequente na idosa e na grávida.
Se a bacteriúria ocorrer na mulher grávida, mesmo sem sintomas, ela deve ser tratada com antibióticos, porque a bacteriúria pode provocar trabalho de parto prematuro ou infecções dos rins, que são bastante danosas para a paciente.
Como pode ser feita a prevenção da infecção urinária?
Algumas atitudes são de extrema importância na prevenção da IU, como:
• Ingerir bastante líquido (média de 2 litros por dia);
• Evitar reter a urina, urinando sempre que a vontade surgir;
• Prática de relação sexual protegida e sempre com lubrificação;
• Urinar após relações sexuais;
• Evitar o uso indiscriminado de antibióticos, sem indicação médica para não causar a resistência bacteriana.
Para as mulheres:
- Limpar-se sempre da frente para trás, após usar o toalete;
- Lavar a região perianal após as evacuações;
- Evitar o uso de absorventes internos;
- Evitar a realização de "duchas", "chuveirinhos";
- Evitar o uso constante de roupas íntimas de tecido sintético, preferir as de algodão;
- Após a menopausa usar cremes locais a base de estrogênios caso não tenha lubrificação ou tenha dor;
-Usar lubrificantes, durante a relação sexual, caso não esteja lubrificada o suficiente para não provocar dor;
- Usar roupas mais leves para evitar transpiração excessiva na região genital;
- Proteger o vaso sanitário, sempre que possível.
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