12 dúvidas respondidas sobre o câncer de mama Especialistas falam sobre as possibilidades de cura e como recuperar a autoestima

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Outubro é um mês muito especial. Foi escolhido como o mês oficial de combate ao câncer de mama, um mal que afeta muitas mulheres no mundo todo, mas que felizmente tem altas chances de cura. O chamado “Outubro Rosa”, ilumina monumentos e pontos turísticos das cidades com a cor que dá vida a essa luta. O DaquiDali conversou com quatros experts no assunto, que responderam doze das maiores dúvidas sobre o assunto. Muitas delas podem ser as suas. Olha só!
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O laço rosa é o símbolo oficial da luta. Foto: Rudyanto Wijaya / Thinkstock
Por que outubro?
“Nos tempos de guerra, o laço amarelo era utilizado nas portas e janelas das casas dos combatentes, demostrando a esperança de que voltariam. Em um mês de outubro, nos anos 90, aconteceu a primeira corrida pela cura nos Estados Unidos, e foi instituído o laço rosa como símbolo do câncer de mama. Esta iniciativa foi da ONG “Suzan Komen for the Cure” (corrida pela cura), e tornou-se uma iniciativa respeitada e acolhida nos Estados Unidos, posteriormente, na Europa, e hoje é uma ação global”, diz Gilze Maria Costa Francisco, enfermeira, curada da doença há mais de 10 anos, fundadora do Instituto Neo Mama de Prevenção e Combate ao Câncer de Mama e presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer do Estado de São Paulo.
O que é o câncer de mama?
É uma doença silenciosa, traiçoeira, íntima, cujo principal sintoma é um nódulo (ou mais que um) na mama. “É causado por alterações genéticas que podem ser estimuladas por fatores ambientais como: tabagismo, uso de hormônios (TRH – terapia de reposição hormonal), início da menstruação em idade muito jovem, menopausa em idade mais tardia. Também por gravidez em idade cada vez mais tardia, excesso de peso e ingestão de bebida alcoólica ou por fatores genéticos”, esclarece José Luiz Bevilacqua, cirurgião oncologista e diretor de Mastologia do A.C.Camargo Cancer Center, em São Paulo. Gilze ainda alerta para as denominações: “existem tumores malignos e benignos, neoplasias malignas e benignas, mas nunca câncer maligno e câncer benigno”.
Quais os sintomas?
“A manifestação mais comum é um nódulo indolor e endurecido na mama, mas graças à realização de exames de rastreio como mamografia e ultrassonografia, atualmente também são achados outros indicativos assintomáticos e em estágios iniciais, como vermelhidão na pele, alteração no formato dos mamilos e mamas como retração ou abaulamento. Além disso, nódulo em axila, secreção sanguinolenta ou tipo 'agua' saindo pelo bico do peito, pele dura e enrugada (como casca de laranja) e ferimentos nos seios também requerem atenção”, alerta o Dr. Gustavo Ventura Oliveira, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia, com ênfase em oncologia mamária e cirurgia reconstrutora da mama.

O apoio de amigos e familiares é fundamental para amortecer o baque do diagnóstico indesejado. Foto: Rudyanto Wijaya / Thinkstock
Como lidar com a notícia?
Na maioria das vezes, um dos primeiros pensamentos é: “meus cabelos”. E na mulher, isso mexe direto na autoconfiança. “Alguns tratamentos, como a quimioterapia, podem provocar a queda dos fios. Este fato pode exigir da paciente uma reconstrução de sua autoimagem, que ao ver alterada, pode sofrer não só fisicamente, como também psiquicamente. O apoio e principalmente a compreensão dos familiares, amigos e até mesmo um processo psicoterápico podem ser de extrema importância nessa fase do tratamento oncológico, no intuito de ajudá-la a entender e superar essas mudanças presentes na vivência de seu tratamento”, ressalta Christina Haas Tarabay, psico-oncologista do A.C.Camargo Cancer Center.
Qual a idade das mulheres mais afetadas?
“O câncer de mama ocorre predominantemente em mulheres depois da menopausa. No entanto, o surgimento da doença pode aparecer em mulheres jovens antes mesmo de completarem os 40 anos (idade em que se é recomendada o início da realização da mamografia anualmente). Os tumores que ocorrem em mulheres jovens tendem a ser mais agressivos”, diz o Dr. Bevilacqua.
Qual é o exame ideal para cada tipo de idade?
De acordo com o Dr. Gustavo, “até os 40 anos, a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda a investigação das lesões mamarias através de ultrassonografia, e após essa idade a recomendação é a mamografia anual. A ressonância nuclear magnética das mamas está indicada para esclarecimento diagnóstico quando outros exames são inconclusivos”.

Se já houveram casos da doença na família, é bom estar alerta desde muito cedo para evitar reincidência. Foto: moodboard / Thinkstock 
Quem tem casos na família deve aumentar a frequência de exames?
“Sim. Em caso de histórico familiar (principalmente em se tratando de mãe, irmã ou filha), recomenda-se começar os exames de rastreamento dez anos antes da idade em que o parente de primeiro grau foi diagnosticado. Se a mãe, por exemplo, desenvolveu a doença aos 40 anos o aconselhável é fazer a primeira mamografia aos 30 anos. Especialmente neste grupo de alto risco é recomendado o exame de ressonância magnética anual”, sugere o especialista do A.C.Camargo.
Quais as chances de cura?
“Se diagnosticado em fase inicial (tumor menor que dois centímetros e sem doença à distancia) tem chances de cura em mais de 90%”, afirma o Dr. Gustavo.
Quais os procedimentos realizados para cura?
Houve uma evolução muito significativa no tratamento do câncer de mama, com cirurgias mais conservadoras e drogas quimioterápicas menos tóxicas. “Em geral ao descobrir o tumor a paciente pode ser submetida a uma ressecção do câncer com margens de segurança (quadrantectomia) ou remoção completa da mama (Mastectomia). Ambas seguidas pela quimioterapia (medicações que agem contra células de rápido crescimento), radioterapia (radiação é aplicada sobre a região onde encontrava-se o tumor), hormonioterapia (se houver receptores hormonais positivos) e terapia alvo (certos tipos de tumores expressam substâncias específicas e essas drogas agem inibindo essas substâncias). Além disso, a quimioterapia pode anteceder a cirurgia que denomina-se ‘neoadjuvante’ e é utilizada para reduzir as dimensões do tumor e  permitir uma cirurgia menos agressiva. Hoje com o desenvolvimento da cirurgia oncoplastica ou de reconstrução da mama, há um bom resultado estético”, explica o especialista da Sociedade Brasileira de Mastologia.

Depois dos 40, a mamografia é indispensável para saber se está tudo em ordem. Foto: monkeybusinessimages / Thinkstock
Como conscientizar as mulheres de que elas devem fazer a mamografia?
Segundo a presidente do Instituto Neo Mama, “as mulheres brasileiras, muitas vezes por uma questão cultural, ainda têm a opinião de ‘quem procura, acha’. Pensam que médico só quer achar doenças. Mas levantar essa questão e tirar essas mulheres dessa zona de conforto é fundamental para que assumam a responsabilidade sobre sua saúde e qualidade de vida. A mamografia é relevante e deve entrar nesse circuito informativo, vital para qualquer pessoa. Informar que o exame não causa dor, mas sim desconforto, é importante e um grande aliado para minimizar os fantasmas decorrentes da má informação e ignorância sobre o assunto”.
Como resgatar a autoestima de mulheres que perderam os cabelos ou o seio?
“A paciente em tratamento oncológico pode estar vivenciando uma série de fatos relacionados à sua doença, que ocasionam uma sobrecarga do ponto de vista físico e psíquico. A sensação de receber uma peruca de alguém que teve a iniciativa de doar pode ser importante para que ela se sinta mais acolhida e fortalecida para realizar seu tratamento. Essa corrente que se estabelece entre essas pessoas que não se conhecem traz um envolvimento, um vínculo de emoção, de sentimentos positivos que desembocam em uma relação sólida de apoio, de amor anônimo que com toda certeza faz bem para ambos os lados”, frisa a Dra. Tarabay. Gilze ainda lembra que “as próteses externas contornam a condição de quem ainda não fez a reconstrução mamária. A autoestima vem através de um trabalho sério de resgate pessoal, de reinserção na sociedade. É preciso mostrar à vítima que, independente do grau de mutilação, ela continua a ser mulher, desejável e centro de equilíbrio de sua família”.

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